Performance

Do lado de dentro
Do lado de fora
Aquilo que encomoda
O som
Aquele que tenta entrar
Absurdamente
Aquele que interage
Em paz
Aquele que insiste em atrapalhar
Com sua indecisão
E a porta sempre está aberta e fechada

A parede que difere seu mundo dos outros
É vidro
É transparente
É frágil
Qualquer um pode quebrar
Qualquer um pode entrar

E no fim
Do lado de fora
Com a maioria
Pela igualdade

Vik Muniz no museu Inimá de Paula

Ao visitar o museu Inimá de Paula, a exposição de Vik Muniz, percebe-se em sua forma de fazer arte uma maneira não muito tradicional, a maioria de seus "quadros", se não todos, são fotografias de suas artes, que não são feitas de tinta propriamente dita. São usados materiais de açúcar a lixo.




Percebe-se também a ligação de Muniz às críticas sociais, as faz camufladas em alguns de seus quadros, a exemplo deste quadro que mostra com brinquedos e balas, ou seja, objetos normalmente usados por crianças, uma garota com feição triste, aparentemente na calcada de uma rua pedindo esmolas.


Vik também trabalha com pinturas "comestíveis", que são feitas de geléia, e manteiga de amendoim, macarrão e uma das mais difíceis, de trabalhar, segundo ele, a calda de chocolate que é usada em sorvete, são trabalhos que ao ver aguçam a vontade de comer. E estes são baseados em outros quadros famosos, como o de Monalisa de Da Vinci. Como são feitos de alimentos, são perecíveis, assim, tendo o registro somente por fotos, que é traço marcante em todas suas obras.


Uma forma também interessante de reinterpretações de pinturas famosas é à base de açúcar mascavo com pigmentos aspergidas. As fotos das obras são tiradas de uma forma que realmente parece que está em terceira dimensão, ou seja, que realmente o açúcar está presente na parede onde a obra se encontra exposta. Um recurso que é bastante usado é o de aproximação e distanciação, sendo que muito próximo não consegue se identificar qual pintura é, e ao se distanciar ao própria vai pigmentando-se e formando a imagem.

Ele trabalha também com materiais não muito fáceis de manusear, como o algodão, que ele usa ao fundo azul para dar um aspecto de nuvens a um céu claro, o arame que, quando longe, parece simplesmente desenhos feitos a lápis comuns, mas ao se aproximar percebe-se do que realmente é feito, e linhas de costura, que ele usa as camadas de volume para indicar a proximidade e distancia dos objetos num ambiente em terceira dimensão.

Uma das obras que chamam mais atenção são as crianças de açúcar, que ele fez enquanto estava em uma viagem, ele consegue retratar com perfeição as crianças, sejam seus detalhes mais chamativos, como o sorriso, as expressões, quanto o mínimo, como o suor e as características psicológicas ligadas a cada uma. E após registrar fotograficamente a sua obra, ele guardou a açúcar de cada quadro que fez em potes devidamente separados, e identificou cada um com o nome de cada criança que foi feita, como se os potes contivessem a docilidade de cada uma.

Dentre muitas das suas obras se encontram as macro, feitas em lugares abertos com várias formas, usadas escavadeiras para esculpir suas obras e as feitas no lixão. E as menores que incluem os montes, que são objetos diversos do nosso cotidiano com um certo grau de ligação entre si, amontoados. Há também as obras de diamantes feito com rostos de astros hollywoodianos, que questiona se estas obras valeriam mais se fossem feitas de chocolates ao invés das pedras preciosas. E por fim a obra que mais me intrigou, o mapa mundi feito de periféricos de computadores antigos, sendo que cada parte dos pcs compunha uma nação.





A arquitetura do local é bem agradável, ao montar a galeria percebe-se a sobreposição das obras monocromáticas sobre paredes de cores vivas, quanto as obras mais coloridas em paredes menos chamativas, gerando um contraste agradável e inteligente.
Por fim a exposição de Vik Muniz no museu Inimá de Paula é um ótimo passeio cultural, faz rever conceitos do que é arte, e como que ela pode ser feita. Trabalha com a arte conceitual, o que gera várias interpretações, faz críticas ao mundo capitalista e a guerra. As obras geram surpresas ao serem bem analisadas, dentre outros efeitos, que quando presente no local percebe-se. Por ser bastante intuitiva é uma exposição indicada a qualquer idade.



Reflexão.

"O urbanismo não existe: nada mais é que uma "ideologia", no sentido marxista da palavra. A arquitetura realmente existe, do mesmo modo que a coca-cola: é uma produção envolta em ideologia, mas real, satisfazendo falsamente uma falsa necessidade. Enquanto o urbanismo é comparável à exibição publicitária que rodeia a coca-cola, pura ideologia espetacular. O capitalismo moderno, que organiza a redução de toda vida social ao espetáculo, é incapaz de dar outro espetáculo que o de nossa alienação. Seu sonho urbanístico é sua obra-prima."

Trecho publicado no # 6 de Internationale Situationniste, 1961. A base para a presente tradução foi a tradução do francês para o espanhol de Julio González del Río Rams publicado em “creación abierta y sus enemigos: textos situacionistas sobre arte y urbanismo”, Madrid, La Piqueta, 1977.
http://www.rizoma.net/interna.php?id=133&secao=anarquitextura

Formas de deslocamentos no espaço urbano e suas filosofias

Flâneur, do francês, significa vagabundo, preguiçoso, que varia do verbo, em francês também, Flâner, andar vagarosamente. Charles Baudelaire deu outro significado a palavra relacionando com seu sentido primitivo acima citado, que é o de andar pela cidade vagarosamente, no sentido de analisar seus detalhes, e ser um tanto festivo quanto sua interatividade aos habitantes do local. Com o uso do termo Flâneur, este foi ganhando significado como compreensão da modernização e urbanização das cidades.


Na arquitetura e no urbanismo o Flâneur é considerado como aquele habitante de uma rua, um cidadão, que é afetado pela arquitetura e planejamento desta mesma, sem intenção, seria algo próximo a um turista.


Deriva (do situacionismo) é uma forma de caminhar pelo espaço urbano sem uma direção. É algo também próximo ao turismo pela sua forma de apreciação da arquitetura do local por onde se caminha.


De acordo com Ivan Chtcheglov a deriva se originaria de acordo com que os cidadãos entediados, sem poder ter relação com a natureza, viria a se contentar observando o urbanismo, a arquitetura.


O andar sem rumo viria como algo de se aventurar numa selva de concreto, explorá-la.


Le Parkour é a forma de se locomover de um lugar ao outro da forma mais eficiente possível, utilizando as habilidades do corpo humano.


Parkour (também chamado de PK) não pode ser considerado um esporte radical, é considerado mais como uma arte marcial, já que o objetivo do praticante é se proteger, quanto a ferimentos, quanto a perigos, quanto energeticamente, necessitando assim de movimentos não necessariamente mais rápidos, mas mais econômicos e efetivos, ou seja, eficientes. O lema não-oficial do PK é “Ser e Durar”.


A relação entre as 3 formas de movimentação entre si e também em relação ao urbanismo é que todas usam o espaço urbano, seja de forma turística, observadora ou usando as construções como “caminhos” incomuns para passagem e/ou fuga.


Bibliografia:
Flaneur http://en.wikipedia.org/wiki/Flâneur
Deriva  http://www.pontodevista.jor.br/livros/situacionismo.htm / http://www.rizoma.net/interna.php?id=130&secao=potlatch
Le Parkour http://pt.wikipedia.org/wiki/Parkour







Conceitos de arte.

Arte conceitual é o desprezo pela forma de qual a arte é feita, e sim o sentido dela como um todo, valorizando seu conceito, sua mensagem.

Performance é um tipo de arte conceitual, feito ao vivo, para um público, não necessariamente presente, assim necessita de registros, seja em vídeo, audio ou escrita.

Site Specific é a arte feita no ramo de arquitetura dedicada a lugares específicos. (?)

Arte abstrata é a arte que foge a realidade, não usa objetos concretos, comum à nossa realidade, para expressar-se, normalmente na forma visual.

LV - 22 - 09 - 2009